Deputada Zambelli tornada ré em investigação de invasão judiciária
A Suprema Corte aceitou na terça-feira as acusações contra a congressista de extrema direita Carla Zambelli e o notório hacker Walter Delgatti por invadir sistemas do Judiciário, tornando-os ambos réus. A investigação foi iniciada após uma história inovadora de O Relatório Brasileiro.
No início de 2023, descobrimos que o Sr. Delgatti estava trabalhando para a Sra. Zambelli na história “O plano para hackear o chefe da justiça eleitoral do Brasil”. O furo ganhou recentemente o 2024 Digiday Media Award de Melhor História.
Depois de inicialmente negar qualquer relacionamento com o hacker, a Sra. Zambelli mais tarde admitiu isso em uma entrevista.
O procurador-geral do Brasil, Paulo Gonet, apresentou acusações contra Zambelli e Delgatti no mês passado. De acordo com as acusações, a Sra. Zambelli foi a zagueiro de uma invasão aos sistemas de informática do Poder Judiciário conduzida pelo Sr. Tanto a congressista quanto o hacker foram acusados de hacking e fraude – ambos agravados porque conspiraram juntos.
Delgatti, preso em agosto de 2023, admitiu à Polícia Federal sua responsabilidade pela emissão de mandado de prisão fraudulento contra o ministro Alexandre de Moraes com assinatura do próprio ministro. Ele também disse que a Sra. Zambelli o instruiu a hackear o telefone e o e-mail do ministro Moraes caso ele não conseguisse hackear uma urna eletrônica.
Nos últimos anos, o ministro Moraes tem sido o principal alvo da crítica mordaz da extrema direita brasileira. Desde 2022, ocupa a presidência rotativa do Tribunal Superior Eleitoral, o principal órgão eleitoral do Brasil.
Dias depois de ser preso, Delgatti disse aos legisladores durante o comitê seleto sobre os distúrbios de 8 de janeiro que recebeu do próprio então presidente Jair Bolsonaro a missão de desacreditar o sistema eleitoral.
Delgatti foi condenado a 20 anos de prisão em um caso não relacionado por hackear telefones e aplicativos de mensagens de 126 pessoas em 2019, vários deles funcionários brasileiros relacionados à enorme força-tarefa anticorrupção da Lava Jato.
Em outro caso separado, Zambelli é ré no Supremo Tribunal Federal por apontar uma arma para um jornalista negro que a criticou e persegui-lo nas ruas de São Paulo às vésperas do segundo turno presidencial de 2022.
Com informações de Brazilian Report.