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Projeto do Senado dá descontos para compras externas acima de US$ 50

Uma análise mais detalhada de um projeto de lei aprovado pelo Senado do Brasil esta semana mostra que, embora o Congresso tenha eliminado as isenções de impostos de importação para compras internacionais de até US$ 50 – um duro golpe para os gigantes do comércio eletrônico do Leste Asiático – também concedeu um desconto de US$ 20 para pacotes vale entre US$ 50 e US$ 3.000. A informação foi divulgada primeiramente pelo meio de comunicação especializado Jota e confirmada pelo O Relatório Brasileiro.

Pelo texto aprovado, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu não vetar, um produto de US$ 100 — que hoje pagaria US$ 60 de imposto de importação — passaria a pagar apenas US$ 40. Considerando o câmbio de quarta-feira, o consumidor brasileiro economizaria R$ 105,35 com a mudança. A redução é ainda maior quando se considera que incidem 17% do ICMS estadual sobre o valor já deduzido.

A proposta havia sido incluída em um projeto de lei maior que tratava do Mover, programa do governo federal para incentivar a produção e compra de carros menos poluentes. Embora tenha sofrido alterações e precise ser analisado mais uma vez pela Câmara, a parte do projeto que trata dos impostos sobre compras internacionais dificilmente sofrerá alterações, uma vez que os líderes da Câmara e do Senado já haviam concordado com essas disposições com o governo.

Conforme informamos, a reação contra os mercados do Leste Asiático começou em 2022, sob o governo de Jair Bolsonaro, quando um grupo de executivos do varejo brasileiros pediu ao governo que restringisse as compras dos consumidores nessas plataformas, chamando isso de concorrência desleal.

Os retalhistas brasileiros dizem que nem mesmo o restabelecimento do imposto de importação padrão de 60 por cento sobre estas compras tornaria a situação mais justa, uma vez que os produtos vendidos pelos retalhistas brasileiros pagam uma carga fiscal média de 109 por cento, de acordo com estimativas do IDV, um lobby dos retalhistas.

No ano passado, sensível aos mesmos argumentos, o Ministro das Finanças, Fernando Haddad, propôs alterar as regras de envio, faturação e inspeção para estas vendas transfronteiriças para evitar que os vendedores destes mercados utilizassem brechas para obter fraudulentamente inventário mais barato. Ansioso por cumprir novas metas fiscais através do crescimento das receitas, reprimir pequenas fraudes neste segmento crescente parecia uma boa ideia, pois poderia gerar até BRL 8 mil milhões (USD 1,52 mil milhões) em receitas anuais para o governo brasileiro.

A ação de Haddad, no entanto, foi bloqueada por outro peso pesado do governo Lula: a primeira-dama Rosangela “Janja” da Silva, que defendeu contra a ideia após intensa reação dos consumidores nas redes sociais. Ele então mudou de estratégia, intensificando as fiscalizações e permitindo que as empresas que aderiram voluntariamente a um novo programa de compliance, o Remessa Conforme, com regras mais rígidas de identificação e envio, tivessem todas as compras de baixo valor isentas do imposto de importação. Todos os principais intervenientes transfronteiriços aderiram à iniciativa.

Com a resistência do governo federal à ideia de restabelecer o imposto de importação sobre essas compras de baixo valor, o setor encontrou o apoio que precisava dos legisladores. Ainda assim, o resultado não foi exatamente o que eles esperavam.



Com informações de Brazilian Report.

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