Minha Casa Pre Fabricada

O Diabo usa… uniformes de polícia?

O Carnaval brasileiro não é apenas conhecido por transformar as ruas do país numa festa massiva e colorida, é também uma celebração muito política, com canções e fantasias que muitas vezes zombam – ou criticam abertamente – as pessoas no poder.

O maior exemplo desta dinâmica deste ano aconteceu em São Paulo, em meio à competição das escolas de samba da cidade. A tradicional escola Vai-Vai, que tem um título de Carnaval a mais do que qualquer outra em São Paulo, provocou intenso debate depois de usar parte do desfile de 2024 para (literalmente) demonizar a Polícia Militar do estado.

Como parte de seu desfile intitulado “Surviving In Hell” (nome de um álbum de sucesso do influente grupo de rap paulista Racionais MC’s), a escola retratou a tropa de choque militar como demônios, completos com chifres e asas.

Vai-Vai afirma que sua intenção não era insultar a polícia, mas retratar o contexto histórico em que o álbum dos Racionais MC foi escrito — na década de 1990, as forças de segurança pública eram particularmente violentas com as populações marginalizadas em São Paulo, um problema que ainda existe hoje, embora em grau menos extremo.

Mas as fantasias de Vai-Vai causaram indignação em diversos setores da sociedade, não mais do que nos próprios policiais de São Paulo. O Sindicato da Polícia do Estado de São Paulo classificou-a como uma forma “vil e covarde” de retratar profissionais que “se dedicam, dia e noite, à proteção da sociedade e ao combate ao crime”. Os políticos de direita endossaram estas queixas.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, disse que daria “zero em dez” às fantasias, enquanto o prefeito da cidade, Ricardo Nunes, disse que estudará uma possível punição a Vai-Vai.

Enquanto isso, a contracrítica afirma que o responsável pela demonização da Polícia Militar é a própria corporação, com seu fraco histórico de violência e uso excessivo da força.

Confira a criação deste cartoon na conta TikTok do The Brazilian Report (@brazilianreport).



Com informações de Brazilian Report.

Similar Posts