CEO da Petrobras renunciará em meio a lutas pelo poder
A Petrobras disse abruptamente na terça-feira, em documento de valores mobiliários, que Jean Paul Prates não será mais o presidente-executivo da empresa.
“A Petrobras informa que recebeu nesta noite de seu presidente, Sr. Jean Paul Prates, solicitação para que o Conselho de Administração da Companhia se reúna para considerar a rescisão antecipada de seu mandato como presidente da Petrobras de forma negociada”, disse o comunicado.
A saída de Prates ocorre um dia depois de a empresa ter divulgado resultados medíocres no primeiro trimestre – o lucro líquido encolheu para 23,7 mil milhões de reais (4,8 mil milhões de dólares), uma queda anual de 38%. Menores volumes de vendas, queda nos preços do petróleo e reduções nas margens do diesel afetaram os resultados do primeiro trimestre.
Porém, esse não foi o motivo de sua saída. Durante meses, Prates travou um cabo de guerra com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para influenciar os rumos da Petrobras. Prates evitou uma rescisão no início deste ano, enquanto setores dentro do governo discutiam se a Petrobras deveria pagar dividendos extraordinários aos seus acionistas.
Silveira defendeu que o dinheiro deveria ser usado para investimentos (assim como faz o presidente Luiz Inácio Lula da Silva), enquanto Prates defendeu dividendos maiores.
Ele será substituído por Magda Chambriard, que liderou a Agência Nacional de Petróleo do Brasil de 2012 a 2016.
(Traremos mais detalhes na edição de quarta-feira do nosso boletim informativo Brazil Daily.)