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Bolsonaro comenta semelhante à confissão: juiz do STF

O juiz do Supremo Tribunal Gilmar Mendes disse em entrevista na quarta-feira que os comentários feitos pelo ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro durante um comício recente “pareciam” uma confissão de uma tentativa planejada de golpe.

De acordo com a investigação em andamento da Polícia Federal, disse ele, Bolsonaro poderia ser considerado um autor direto do crime, em vez de ser considerado o mentor por trás dele.

O Ministro Mendes usou o termo “material autoral,” para se referir ao potencial envolvimento do ex-presidente no crime, um conceito na legislação brasileira que se refere ao indivíduo que executa fisicamente as ações que constituem um crime, em oposição a pessoas que possam estar envolvidas como cúmplices ou autores intelectuais.

Durante um comício em São Paulo no domingo passado, Bolsonaro falou sobre um projeto de decreto golpista que as autoridades federais encontraram na casa de seu ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. Em diversas declarações públicas no ano passado, o ex-presidente negou qualquer conhecimento do documento, inclusive dizendo que os golpes são realizados com “rifles, não com papel”.

No seu último discurso, no entanto, Bolsonaro disse que as medidas necessárias para declarar o estado de emergência, conforme descrito no projeto de decreto, nunca foram tomadas.

“Um golpe usando a Constituição? Pelo amor de Deus …. Que fique claro que o estado de sítio começa com a convocação do Presidente do Conselho da República e do Conselho de Defesa. Isso foi feito? Não”, disse ele.

Embora Bolsonaro não tenha admitido diretamente que teve conhecimento do projeto durante seu mandato presidencial, ele falou sobre como nenhuma ação foi tomada, em vez de negar mais uma vez o conhecimento do texto na época.

Embora inconstitucional, o documento foi elaborado para dar ao Sr. Bolsonaro o poder de anular as eleições presidenciais de 2022. O projecto teria colocado os tribunais eleitorais sob estado de emergência e criado uma comissão com poderes para anular os resultados das eleições presidenciais.

De acordo com a Constituição brasileira, o presidente pode declarar um “estado de defesa” limitado por até dez dias sem aprovação do Congresso, suspendendo alguns direitos constitucionais, mas ele ou ela deve se reunir com dois conselhos antes de fazê-lo. O presidente também pode solicitar um “estado de sítio” mais severo, que só será decretado após aprovação do Congresso. O projeto de decreto encontrado na casa do Sr. Torres pedia estado de defesa.

Na terça-feira, antes da publicação da entrevista com o ministro Mendes, os advogados de Bolsonaro já haviam negado publicamente que seu cliente tivesse admitido durante o comício que sabia do projeto de decreto durante seu mandato.

No Brasil, a maioria dos juízes do Supremo Tribunal dá entrevistas, participa em palestras e fala sobre legislação pendente e investigações em curso – mesmo que isso não seja uma parte oficial do seu papel.



Com informações de Brazilian Report.

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