Avanços da extrema direita na Europa exigem atenção da América Latina
A extrema-direita obteve ganhos significativos nas eleições para o Parlamento Europeu, que tiveram lugar em Junho deste ano. Os partidos conservadores radicais, cujas agendas incluem frequentemente retórica nacionalista e políticas anti-imigração, ocuparão agora pelo menos 130 dos 720 assentos no corpo legislativo.
Mas o que isso significa para a América Latina?
Vale a pena lembrar que uma mudança semelhante para a direita foi observada em países como El Salvador, Brasil (entre 2019 e 2022) e Argentina, cujo presidente em exercício, o libertário Javier Milei, espera colher benefícios dos resultados eleitorais da UE.
Em 10 de junho, Milei chamou os resultados de “boas notícias”, dizendo que o resultado eleitoral representava um “tremendo avanço das novas direitas na Europa”.
Embora não seja diretamente impactados pelos resultados, os países sob administrações de direita estão habituados a alimentar-se de triunfos conservadores em todo o mundo e a usá-los para alimentar as suas respectivas narrativas políticas. O líder argentino, por exemplo, iniciou recentemente uma briga pública com o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, a quem chamou de “socialista arrogante”.
No entanto, os resultados na Europa podem significar o oposto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil. Parte da agenda de Lula – nominalmente centrada em questões como a protecção ambiental e uma agenda externa mais pragmática – poderá enfrentar atrasos e dificuldades na obtenção de um consenso quando lidar com nações europeias lideradas pela extrema-direita.
De qualquer forma, é importante lembrar que o continente está atento ao que acontece do outro lado do oceano.
Confira a criação deste cartoon na conta TikTok do The Brazilian Report (@brazilianreport).