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Analfabetismo cai no Brasil, mas ainda segue critérios raciais

Dados do Censo 2022 divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram uma queda significativa na taxa de analfabetismo do país: de 9,6% dos brasileiros com mais de 15 anos, em 2010, para 7%, em 2022. Por alfabetizados, os a pesquisa considera aqueles que sabem ler e escrever uma simples nota.

Embora a taxa de analfabetismo seja mais elevada entre os idosos (20,3 por cento entre os maiores de 65 anos), a melhoria do cenário geral ocorreu em todas as faixas etárias. “O alto índice de analfabetismo entre os idosos é reflexo da dívida educacional do Brasil, que não proporcionou acesso à educação na idade adequada”, explica a analista de pesquisa Betina Fresneda. Em 1940, menos da metade da população brasileira (44%) era alfabetizada.

Em termos raciais, a população branca continua tendo uma taxa de analfabetismo duas vezes menor que a da população negra —e três vezes menor que a dos indígenas brasileiros. Segundo Fresneda, quanto maior a faixa etária, maior o índice de analfabetismo entre os brancos – um indício de que o acesso à escola na idade adequada era maior para essa parcela da população.

De acordo com dados divulgados hoje, os adultos brancos e os adultos descendentes do Sul e do Leste Asiático apresentavam as taxas de analfabetismo mais baixas.

A boa notícia é que esta desigualdade diminuiu no intervalo de 12 anos entre os dois últimos censos. A diferença entre as populações brancas e negras caiu de 8,5 para 5,8 pontos percentuais, e entre brancos e indígenas de 17,4 para 11,7 pontos percentuais.

A desigualdade regional também fica evidente nos dados do IBGE. A taxa no Nordeste (14,2%), por exemplo, continua sendo o dobro da média nacional. A taxa de analfabetismo ficou abaixo da média nacional apenas nos municípios com mais de 100 mil habitantes. As localidades entre 10.000 e 20.000 residentes foram as que registaram a taxa mais elevada (13,6 por cento). Isso acontece porque no Brasil a alfabetização é uma responsabilidade direta dos municípios e o cumprimento dessa meta está relacionado aos recursos que as cidades têm disponíveis para investir em educação.

Essa relação entre renda e acesso à educação também fica evidente quando se olham as cidades com os menores índices de analfabetismo entre os diferentes grupos de porte: todas estão na região Sul ou no estado de São Paulo, respectivamente a segunda região mais industrializada do país. país e o estado mais rico.

Os novos dados dos Censos 2022 mostram também que apenas na faixa etária dos 65 e mais anos a alfabetização dos homens é superior à das mulheres.



Com informações de Brazilian Report.

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