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A maioria dos empréstimos de Bolsonaro aos pobres foram concedidos durante o segundo turno de 2022

Mais de 93 por cento dos empréstimos no âmbito de um programa de dedução em folha de pagamento para os mais pobres do Brasil, criado pelo governo de Jair Bolsonaro para aumentar suas chances de reeleição, foram concedidos durante a campanha de segundo turno, revelou a Controladoria-Geral da União (CGU) na sexta-feira.

Em um esforço para jogar os dados antes do segundo turno contra Luiz Inácio Lula da Silva, Bolsonaro permitiu que beneficiários do programa social Auxílio Brasil contratassem empréstimos para consignação em folha de pagamento. Aos beneficiários do esquema de transferência de renda (agora renomeado como Bolsa Família) foi oferecida a opção de usar até 40% do seu benefício mensal para empréstimos. Na altura, os especialistas denunciaram o programa como uma armadilha da dívida.

Em entrevista coletiva na sexta-feira, o Controlador-Geral Vinícius de Carvalho disse que quase 3 milhões de pessoas se inscreveram no programa de empréstimos por meio da Caixa, o maior banco federal do Brasil, o que representa cerca de 14 por cento dos beneficiários do Auxílio Brasil na época. O contrato médio foi de R$ 2.567 (US$ 520 hoje), com pagamento em 24 meses.

No final de outubro, dias antes do segundo turno, o Tribunal de Contas da União solicitou a suspensão do programa de empréstimos alegando que poderia ser usado para favorecer a campanha de reeleição de Bolsonaro. No início deste ano, após a posse de Lula, a Caixa encerrou completamente o programa.

Lula derrotou Bolsonaro por pouco depois de garantir 50,9% dos votos. Em comparação com a sua eleição em 2018, Bolsonaro fez mais progressos na região Nordeste (a mais pobre do Brasil) e em cidades menores e mais pobres.

Carvalho acrescentou que o seu departamento encontrou “problemas” no que chamou de “uso distorcido de programas de bem-estar social, especialmente durante as eleições do ano passado”. Ele também chamou a atenção para o fato de as taxas de juros do programa serem superiores às cobradas em empréstimos consignados semelhantes para servidores públicos.

Outros programas sociais criados pelo governo Bolsonaro, como bolsas para caminhoneiros e taxistas, poderiam ter desempenhado um papel nas eleições, disse Carvalho.

Esses programas foram criados em agosto de 2022, apenas dois meses antes das eleições, e a investigação da CGU constatou que mais de 356 mil pessoas receberam benefícios apesar de não se qualificarem para eles. O total de pagamentos irregulares chega a quase R$ 2 bilhões, acrescentou Carvalho.

O Sr. Carvalho se comprometeu a tomar medidas para recuperar o dinheiro e encaminhar os relatórios ao Tribunal Superior Eleitoral.



Com informações de Brazilian Report.

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