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À medida que as eleições se aproximam, o que vem a seguir para a mina de cobre fechada do Panamá?

O Panamá realizará as suas eleições presidenciais no domingo, meses depois de enormes protestos terem levado milhares de pessoas às ruas do país e, em última análise, terem ajudado a forçar o encerramento da maior mina de cobre da América Central.

A questão tem sido alvo de debates entre os principais candidatos: o líder de centro-direita e antigo ministro José Raúl Mulino; o ex-presidente Martín Torrijos (2004-2009); o ex-secretário de Relações Exteriores Rómulo Roux, e o advogado e independente Ricardo Lombana. Alguns comentadores apelidaram a mina Cobre Panamá de “mais uma candidata” nas eleições, tal é a sua importância económica e política para o país.

Desde a decisão histórica do governo, em Novembro, de encerrar a mina, estimou-se que o encerramento poderia levar mais de nove anos e custar aproximadamente 800 milhões de dólares. Foram levantadas questões sobre o impacto que a decisão terá na economia do Panamá, tendo virado as costas a uma atividade que representava 3% do seu PIB, disse o economista panamenho Felipe Argote à Dialogue Earth. Estimativas da First Quantum, a empresa canadense proprietária da mina desde 2013, colocam esse número em 5%.

Outros alertam sobre as ações que devem ser tomadas para evitar maiores danos ambientais após o fechamento, dadas as experiências anteriores nas minas de ouro de Remance, Santa Rosa e Molejón. Após o seu encerramento, foi detectada a presença de cianeto — um produto químico que pode comprometer a saúde humana e os ecossistemas — em fontes de água próximas.

Vista aérea da mina de cobre a céu aberto Cobre Panama, administrada pela mineradora panamenha Minera Panama, uma subsidiária da canadense First Quantum Minerals Ltd. O governo do Panamá anunciou em 8 de março de 2023 que chegou a um acordo com a subsidiária para continuar operando a mina de cobre por mais 20 anos. Foto: Abraham Teran/AP/Alamy

As declarações dos candidatos sobre a mina poderão ser decisivas nas eleições. A maioria comprometeu-se a respeitar a proibição de novas concessões mineiras que foi promulgada em Novembro em resposta à onda de protestos, que eclodiu depois de o governo ter aprovado inicialmente um novo contrato com a First Quantum. Apenas dois candidatos – o actual vice-presidente José Gabriel Carrizo, do Partido Revolucionário Democrático, no poder, e o candidato independente Melitón Arrocha – deixaram a porta aberta para uma potencial votação popular para decidir se a proibição da mineração deveria ser mantida.

À medida que o dia da votação se aproxima, o Dialogue Earth analisa mais de perto os antecedentes da mina Cobre Panamá, as possíveis consequências do seu encerramento e o caminho a seguir.

O que aconteceu com a mina? O contexto ambiental

A mina Cobre Panamá está localizada na província central de Colón, 120 km a oeste da Cidade do Panamá, e no coração do Corredor Biológico Mesoamericano, uma ponte migratória para centenas de espécies que se estende da Colômbia ao México. Em 2023, 330.863 toneladas de cobre foram extraídas na mina, relata o First Quantum.

A preocupação com os impactos ambientais da mina, em operação desde 2019, foi uma das…



Com informações de Brazilian Report.

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