S&P eleva classificação de crédito do Brasil
A S&P Global Ratings elevou na terça-feira a classificação de longo prazo na escala global do Brasil de BB- para BB, ainda em território lixo, após a recente aprovação de uma grande reforma tributária.
A Câmara aprovou uma revisão do código tributário do Brasil na última sexta-feira, que deverá se tornar lei em 20 de dezembro.
A reforma simplificará radicalmente o sistema tributário de consumo do Brasil, introduzindo duas taxas semelhantes ao IVA, bem como removendo o poder dos governos estaduais de reduzir seletivamente os impostos sobre determinados produtos – na chamada “guerra fiscal”.
“Embora seja implementada gradualmente, a reforma representa uma revisão significativa do sistema fiscal e provavelmente se traduzirá em ganhos de produtividade no longo prazo”, afirmou a S&P num comunicado.
“A reforma é estrutural e um código fiscal mais simples traduzir-se-á em ganhos de produtividade, mas muito provavelmente a longo prazo”, acrescenta o relatório. “O componente que falta tem sido a falta de progresso para lidar com os gastos grandes, rígidos e ineficientes do governo geral brasileiro.”
“A perspectiva estável reflete a nossa expectativa de que o Brasil manterá uma posição externa forte, graças à forte produção de commodities e às necessidades limitadas de financiamento externo”, diz o relatório. “Esperamos uma correção fiscal muito gradual, mas prevemos que os défices fiscais permanecerão elevados.”
A S&P espera que a economia brasileira cresça quase 3% em 2023 e desacelere para 1,5% em 2024.
A agência de classificação Fitch elevou a classificação de crédito do Brasil de BB- para BB em julho. Na semana passada, reafirmou o grau e a perspectiva estável do Brasil.
