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Próxima fase do PIX no Brasil é uma ameaça ao setor de cartões de crédito

O Banco Central do Brasil publicou as regras de funcionamento do chamado “PIX Automático”, que habilitará a função de débito automático do sistema de pagamento instantâneo PIX do país, permitindo aos usuários autorizar o pagamento de contas de serviços públicos e serviços recorrentes por débito direto em seus contas bancárias. Outro conjunto de publicações, incluindo manuais técnicos, será lançado no início de 2024.

A oferta do PIX Automático será obrigatória para todos os participantes do sistema, ou seja, bancos e instituições de pagamento. Quem não passar nos testes de homologação e não disponibilizar o PIX Automático para seus usuários no lançamento do serviço — que está previsto para 28 de outubro de 2024 — será multado em até R$ 50 mil por dia por atraso.

Tal como noticiámos no início deste ano, é provável que a nova funcionalidade reduza as receitas de serviços dos principais bancos, ao mesmo tempo que compete, em certa medida, com a indústria dos cartões de crédito.

Hoje, as empresas brasileiras e agências governamentais precisam negociar e assinar acordos bilaterais com diversas instituições financeiras para poder oferecer pagamentos por débito automático aos seus clientes, pois os pagamentos por débito automático só são possíveis se o pagador e o beneficiário tiverem contas na mesma instituição.

Através do PIX Automático, empresas e governos economizarão tempo e dinheiro ao substituir vários acordos com taxas e prazos diferentes por um único contrato padronizado de um único player. Dentro do PIX, eles também poderão migrar rapidamente de um provedor para outro.

Para o usuário pagante, o PIX Automático trará mais comodidade. Após autorização prévia por meio de seus aplicativos bancários, os usuários permitirão que débitos periódicos sejam retirados automaticamente de suas contas, sem a necessidade de autenticação para cada transação.

Entre as regras publicadas ontem pelo regulador estão especificações para padronização de jornadas de clientes, convenções para cancelamento de autorizações de transações e rejeição e liquidação de transações.

O Banco Central também atualizou o manual de penalidades do sistema, que inclui regras para restituições e responsabilidade em caso de erros.

Um ponto muito importante é que a função recorrente do PIX — “PIX Agendado”, atualmente opcional para todos os participantes — se tornará obrigatória em outubro de 2024. Embora ambos os recursos abordem casos de uso de pagamentos periódicos, eles apresentam diferenças.

No PIX Automático, as instruções de pagamento são sempre fornecidas pelo usuário recebedor, que deve ser pessoa jurídica, mediante autorização prévia do usuário pagador. Na função recorrente do PIX Agendado, as instruções de pagamento são sempre fornecidas pelo usuário pagador, que pode ter como destinatário uma pessoa física ou jurídica.

Em menos de três anos, o PIX se tornou onipresente no Brasil graças à ausência de taxas P2P. Dados do Banco Central mostram que 35% das transações no Brasil são feitas atualmente por meio do sistema. No final de novembro, havia quase 144 milhões de usuários individuais do PIX (mais de 80% dos adultos brasileiros) e 13,3 milhões de usuários empresariais.



Com informações de Brazilian Report.

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