Extrema direita do Chile quer ‘muro semelhante ao do Texas’ na fronteira com a Bolívia
José Antonio Kast, um ex-congressista chileno, é o mais influente e conhecido dos conservadores radicais do país, em grande parte graças às suas duas recentes candidaturas à presidência. Em 2017, terminou em quarto lugar com menos de 8 por cento dos votos, mas em 2021 chegou ao segundo turno, onde obteve 44 por cento dos votos e perdeu para o atual presidente Gabriel Boric.
Agora, Kast espera que tenha sorte pela terceira vez.
Os receios relativamente à migração, à segurança pública e às mudanças nos valores sociais impulsionaram a extrema-direita do Chile nos últimos anos – e Kast está a bater esse tambor com entusiasmo.
Tal como em 2021, Kast associou as questões de segurança à migração – e a sua plataforma para as eleições de 2025 incluirá propostas ainda mais radicais para conter a entrada de imigrantes ilegais.
Sua estratégia ajudou a mover uma agulha. O think tank Centro de Estudos Públicos (CEP) descobriu recentemente que quase 70% dos chilenos concordam que os imigrantes são responsáveis pelo aumento das taxas de criminalidade. Esses números ocorrem no momento em que os homicídios cresceram 150% entre 2012 e 2022, de acordo com números oficiais da polícia.
Relatórios da Procuradoria do Chile explicam que a violência doméstica (41,3%) e o crime organizado (37%), ou seja, não imigração, são as principais questões por detrás destas mortes. No entanto, figurões da extrema-direita como Kast continuam a espalhar alegações infundadas que ligam as duas questões.
Este mês, depois de falar na edição húngara da Conferência Política de Ação Conservadora (CPAC) – evento conhecido por receber nomes como Donald Trump, Jair Bolsonaro do Brasil e Javier Milei da Argentina – Kast usou suas redes sociais para comparar a Hungria – Alto muro fronteiriço de arame farpado da Sérvia até uma parte não supervisionada da divisão de 860 quilômetros entre o Chile e a Bolívia.
“Qual é mais eficaz?” ele…