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Onda de calor transforma estados amazônicos em “cinturão de fumaça”

Apesar de ainda ser inverno, o Brasil deverá registrar neste fim de semana uma das temperaturas mais altas do mundo, comparável a lugares como Irã e Iraque. Uma onda de calor afetou todas as regiões do país e está causando danos principalmente à região amazônica, que vive um dos períodos mais secos dos últimos anos.

Com o clima mais quente e seco, os estados amazônicos registram mais queimadas do que o normal para esta época do ano, que já é naturalmente mais seca. O último mês com fortes chuvas na região foi fevereiro, e todos os outros meses subsequentes tiveram menos chuvas que a média.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Amazonas teve 5.224 focos de incêndio identificados por satélites nos primeiros 20 dias de setembro. O número supera em muito a média histórica (de 1998 a 2022) de 3.003 incêndios por mês. Os governadores dos estados do Acre e do Amazonas declararam emergência ambiental.

Os incêndios na Amazônia são tão extensos que a capital do estado do Amazonas, Manaus, viu prédios cobertos de fumaça branca nos últimos dois dias. A navegação em trechos do rio Amazonas foi restrita em alguns locais à noite e para embarcações de maior porte devido ao risco de encalhamento.

As condições climáticas também arriscam o surgimento de um “cinturão de fumaça” ligando a Amazônia ao Rio Grande do Sul (os dois extremos geográficos do país no Brasil). Em Porto Alegre, capital do estado mais meridional, o pôr do sol tem sido incomumente alaranjado devido às partículas de fumaça na atmosfera.

Na região Centro-Oeste do país, o fogo atingiu 500 hectares de Bonito, uma das principais cidades turísticas do Mato Grosso do Sul – onde os termômetros devem atingir 42ºC nos próximos dias. Os incêndios também afetaram montanhas do sul do Tocantins e só foram controlados após três dias.

Julho foi o mês mais quente registrado na história do mundo. O Relatório Brasileiro mostrou que a temperatura média em todas as regiões brasileiras aumentou consistentemente nas últimas décadas. Em São Paulo, a cidade mais populosa da América Latina, as temperaturas médias de julho entre 1991 e 2020 foram quase três graus Celsius mais altas do que entre 1931 e 1960.

Em Manaus, a maior cidade da floresta amazônica, essa mesma diferença é de um grau.

Esta onda de calor encerra um inverno altamente excêntrico no Brasil este ano, uma estação de variações climáticas extremas. O fenômeno climático El Niño pode ser o responsável por esse cenário climático incomum, causado pelo aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico, que contribui para uma mudança nos padrões de chuvas no Brasil.



Com informações de Brazilian Report.

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