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Lula compara oposição venezuelana ao golpe de Bolsonaro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na quarta-feira com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, e aproveitou o evento para enviar diversas mensagens de política externa.

Ele disse aos repórteres que a Venezuela “sabe” que deve realizar eleições “democráticas”, que ele espera que convençam os EUA a acabar com as sanções contra o país. Lula acrescentou que “espera” que a oposição venezuelana não aja como o ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro e rejeite os resultados eleitorais.

Bolsonaro foi acusado de planejar um golpe no Brasil depois de perder a corrida presidencial de 2022, cujo resultado ele nunca reconheceu. A oposição na Venezuela, entretanto, protestou contra uma série de eleições que não foram nem livres nem justas.

Ontem, o governo autocrático da Venezuela anunciou que realizaria eleições presidenciais em 28 de julho, meses antes do esperado.

Em outubro, o governo de Nicolás Maduro e a oposição venezuelana assinaram um acordo sobre as próximas eleições. O texto foi assinado em Barbados, tendo a Noruega como principal mediador. Poucos meses antes da assinatura do acordo, a principal candidata da oposição, María Corina Machado, já tinha sido considerada inelegível para concorrer pelo controlador-geral da Venezuela, um aliado de Maduro.

Lula abordou este incidente durante a conferência de imprensa de quarta-feira, observando que ele próprio foi impedido de concorrer às eleições presidenciais de 2018, enquanto estava preso por acusações de corrupção posteriormente anuladas. “Em vez de chorar por isso, indiquei outro candidato que disputou as eleições”, disse o presidente.

Noutra medida contra a dissidência, o regime de Maduro expulsou o escritório de direitos humanos das Nações Unidas de Caracas. Mais recentemente, o governo venezuelano enfrentou suspeitas de uma possível ligação ao assassinato de um opositor político que vivia exilado no Chile. (Nosso Boletim semanal da América Latina explicou o caso.)

Na coletiva de imprensa de hoje, Lula disse ainda que “Guernica, do gênio Pablo Picasso, sintetiza a indignação contra o horror e a destruição causados ​​por todas as guerras e conflitos, e deve inspirar a comunidade internacional”.

Lula tem sido criticado pelos seus recentes comentários sobre a guerra de Israel em Gaza, que ele descreveu como equivalente a genocídio e comparada aos horrores do Holocausto. As suas observações desencadearam guerras culturais no Brasil e o governo atribuiu a recente queda na popularidade do presidente ao desastre de Lula entre Israel e Gaza.

O presidente brasileiro também aproveitou o encontro com o chefe do governo espanhol para reiterar seu antigo apelo à reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas e para pedir mais tributação dos “super-ricos”, proposta recentemente apresentada pelo Brasil na reunião do G20. dos ministros das finanças.



Com informações de Brazilian Report.

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