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Inundações no Rio Grande do Sul colocam o futebol brasileiro em incerteza

As intensas enchentes que castigam o Rio Grande do Sul, o estado mais ao sul do Brasil, mataram mais de 90 pessoas, forçaram centenas de milhares de pessoas a deixar suas casas, destruíram diversas cidades e paralisaram a economia local de todas as maneiras – desde colheitas danificadas até redes logísticas paralisadas. ao encerramento de todo o comércio.

Entre as imagens mais chocantes do caos vêm da capital do estado, Porto Alegre, com os famosos marcos da cidade submersos, incluindo os estádios de futebol dos principais clubes locais, Grêmio e Internacional.

Os estádios inundados foram convertidos em pontos de coleta de doações para as vítimas da tragédia. Enquanto isso, os elencos de ambas as equipes (e também de outras do Rio Grande do Sul) estão impossibilitados de treinar ou disputar partidas, o que já está afetando o calendário do futebol nacional.

Com os voos suspensos e quase todas as estradas estaduais parcial ou totalmente destruídas, a Federação Gaúcha de Futebol suspendeu todos os campeonatos estaduais de futebol. Grêmio, Internacional e Juventude (com sede na cidade de Caxias do Sul, norte da capital) solicitaram à CBF, a entidade máxima do futebol brasileiro, que adiasse seus jogos por pelo menos 20 dias.

A CBF aprovou o pedido nesta terça-feira e publicou comunicado confirmando o adiamento de “todas as partidas envolvendo clubes gaúchos até 27 de maio”.

A medida valerá tanto para jogos em casa quanto fora, citando o atual “estado de calamidade pública” da região.

Arena do Grêmio, em Porto Alegre. Foto: Isaac Fontana/EFE/Folhapress

Os jogos deste último fim de semana envolvendo clubes gaúchos foram adiados, assim como os jogos continentais do meio de semana do Grêmio e do Internacional.

Houve apelos para que os clubes gaúchos transferissem temporariamente suas operações para o sul do estado do Paraná, utilizando as instalações dos clubes existentes na região. Por enquanto, os clubes são contra esta ideia.

Medos do caos no calendário do futebol

Uma possibilidade, levantada por jogadores de clubes afetados e também por especialistas do futebol, é uma pausa completa em todos os campeonatos nacionais enquanto os times do Rio Grande do Sul não puderem retornar às suas instalações. As chances de a Confederação Brasileira de Futebol impor uma suspensão geral, no entanto, são mínimas – e estão longe de ser um consenso entre os clubes da primeira divisão.

Segundo fontes ouvidas por O Relatório Brasileiro, a principal razão pela qual um adiamento total não está previsto seria o imenso desafio de reorganizar o já lotado calendário futebolístico do Brasil.

“Todos os fatos bastariam para entender que os jogos dos clubes gaúchos terão de ser continuamente adiados até pelo menos a primeira semana de junho”, escreve Irlan Simões, especialista em negócios esportivos e comentarista de TV.

Simões diz que o Brasil deveria tomar como exemplo os terremotos Turquia-Síria de 2023. Devido à destruição generalizada e ao enorme número de mortos (cerca de 60.000 pessoas morreram no desastre), a Turquia suspendeu as suas competições de futebol durante duas semanas.

“Espera-se que as enchentes no Rio Grande do Sul não deixem um número de mortos tão terrível como o da Turquia, mas não é possível mensurar esse desastre ambiental apenas pelas vítimas fatais. O período pós-tragédia será caótico, com proliferação de doenças, estruturas danificadas e traumas sociais, dificultando a retomada da vida cotidiana”, afirma.

As autoridades estatais afirmam que pelo menos 1,3 milhões de pessoas foram afetadas pelas inundações. Mais de 155 mil pessoas foram deslocadas e mais de 48 mil estavam em abrigos. Bairros inteiros em diversas cidades estão cobertos de água.

O governo federal declarou neste domingo estado de calamidade em 336 dos 495 municípios do Rio Grande do Sul, o que ajuda a agilizar o recebimento de recursos federais para atender às necessidades das áreas atingidas por desastres. O governo também autorizou o pagamento de R$ 580 milhões (US$ 114 milhões) em verbas orçamentárias para centenas de cidades do estado.

Uma operação contínua de busca e resgate das Forças Armadas na região empregou nove aeronaves, 98 navios e 936 soldados da Marinha, do Exército e da Força Aérea. Os militares também estão distribuindo água, alimentos e doações.



Com informações de Brazilian Report.

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