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Inflação brasileira desacelera em junho

Os preços ao consumidor subiram 0,21% em junho no Brasil, impulsionados principalmente pelo maior custo dos alimentos, mas em um ritmo muito mais lento do que em maio, quando a inflação aumentou 0,46%, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A inflação brasileira ficou em 2,48% no primeiro semestre do ano. No entanto, a taxa nos últimos 12 meses subiu de 3,93% em maio para 4,23% em junho, consolidando uma parada no processo desinflacionário iniciado no ano anterior.

Apesar de subir menos que no mês anterior, os preços no grupo de alimentos e bebidas aumentaram 0,44% em junho. Esse grupo sozinho foi responsável por metade da inflação geral do mês.

Entre os nove grupos de produtos monitorados, sete tiveram aumento de preços em junho. Além de alimentos, os custos com saúde e cuidados pessoais tiveram um aumento significativo de 0,54% no mês, representando 0,07% do resultado de junho.

No início do ano, vários economistas alertaram que as famílias de baixa renda sentiriam novamente o impacto do aumento dos preços ao consumidor em 2024, principalmente por causa dos impactos do El Niño na produção de alimentos.

Os dados de maio e junho confirmaram essas expectativas. No mês passado, problemas de produção em itens como leite e batata, influenciados pelo clima adverso, ajudaram a empurrar os custos dos alimentos para cima, segundo o coordenador da pesquisa do IPCA, André Almeida.

Os alimentos consumidos fora de casa aumentaram 0,37%, abaixo dos 0,50% registrados em maio, mas isso também ajudou a pressionar os preços.

Quanto aos custos com saúde, o aumento se deveu principalmente ao aumento dos preços dos planos de saúde. Os chamados planos individuais ou familiares, que são pagos integralmente pelos beneficiários e representam quase 16% do mercado, tiveram seu limite de reajuste anual (6,91%) anunciado pela agência reguladora ANS no início de junho.

Como o novo preço entra em vigor no aniversário dos contratos, espera-se mais pressão inflacionária dos planos de saúde no segundo semestre do ano.

Outro item com peso significativo no IPCA que deve pressionar o resultado de julho é a gasolina. Ontem, a Petrobras anunciou aumento de preços para as distribuidoras de gasolina (7,91%) e botijão de gás de cozinha de 13 kg (9,8%), o que deve se traduzir em preços mais altos ao consumidor nas próximas semanas. Para cada 1% de aumento na gasolina, o impacto no IPCA é de 0,05 ponto percentual.

A boa notícia é que a inflação no setor de serviços — que está sempre no radar do Comitê de Política Monetária do Banco Central — desacelerou na janela de 12 meses para 4,49%, puxada para baixo pelo subgrupo alimentação doméstica, que subiu 0,47% em junho contra 0,66% em maio. Este é o menor resultado para a inflação de serviços desde setembro de 2021, quando registrou 4,41%.

A inflação básica — que exclui preços mais voláteis, como alimentos, energia e combustíveis — também desacelerou em junho, registrando 3,11% em 12 meses, de 3,17% em maio. A inflação básica é uma medida importante para avaliar se as tendências inflacionárias são estruturais.

“No futuro, esperamos alguma reaceleração dos serviços, refletindo a situação apertada do mercado de trabalho, bem como uma aceleração da indústria [activities] em meio a uma taxa de câmbio mais depreciada”, escreveram os economistas do Itaú, indicando que a desaceleração momentânea dos preços dos serviços não é suficiente para deter a deterioração em curso nas expectativas de inflação.

Na segunda-feira, no Relatório Focus — pesquisa semanal que o Banco Central realiza com as principais casas de investimento — a mediana das projeções apontava para um IPCA de 4,02% ao fim de 2024, o nono aumento consecutivo nas expectativas de inflação.

As projeções para o final de 2025 também aumentaram para 3,88%, enquanto a previsão mediana para 2026 permaneceu inalterada por várias semanas em 3,6%.



Com informações de Brazilian Report.

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