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Gigante petroquímica Braskem compensará pescadores de Maceió

A Braskem, maior grupo petroquímico da América Latina, assinou nesta terça-feira um acordo com a Defensoria Pública da União (DPU) e duas associações de pescadores para indenizar pescadores e mariscadores por danos ambientais em uma lagoa na cidade nordestina de Maceió.

As práticas abusivas de mineração de sal da Braskem levaram ao maior desastre ambiental urbano do Brasil, condenando mais de 14 mil propriedades em cinco bairros da cidade. Cerca de 55 mil pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas e empresas desde 2018.

Acredita-se que as minas também tenham perturbado o ecossistema da Lagoa Mundaú – local onde muitas famílias vivem da pesca do sururu. Menores que os mexilhões comuns, os moluscos sururu são um ingrediente clássico da culinária local de Alagoas, muitas vezes sendo transformados em saborosos caldos ou nas famosas moquecas do Brasil.

Como mostramos em uma investigação aprofundada de 2021 sobre o escândalo da Braskem, o sururu começou a desaparecer da lagoa nos últimos anos.

Para coletar o sururu, os pescadores saíam de madrugada para o lago, levando suas canoas até a parte mais lamacenta da água. Inclinando-se para a lateral de seus barcos, eles poderiam simplesmente se abaixar e coletar os moluscos com as mãos. Agora, eles precisam mergulhar.

Moradores locais dizem que o lago está ficando cada vez mais profundo, culpando as minas de sal da Braskem pela mudança.

O que está claro é que a escassez do sururu levou ao desespero as comunidades às margens da Lagoa Mundaú. Mais de 2.500 pessoas que viviam em favelas espalhadas ao longo dos canais que deságuam no lago abandonaram seus barracos. Aqueles que permaneceram enfrentam uma luta diária pela sobrevivência.

No início de dezembro, o risco de colapso de uma das minas da Braskem levou as autoridades a proibir a pesca na maior parte da lagoa, impedindo o trabalho de centenas de pescadores e mariscadores.

Pelo acordo, a Braskem pagará a cada um deles R$ 4.236 (US$ 854), o equivalente a três salários mínimos mensais.

O acionista controlador da Braskem é a Novonor, grupo de infraestrutura anteriormente conhecido como Odebrecht. Outrora a maior do gênero na América Latina, a Odebrecht esteve no centro do maior escândalo de corrupção da história do Brasil, descoberto pela operação Lava Jato, uma força-tarefa anticorrupção que durou anos.



Com informações de Brazilian Report.

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