Embraer adere a fundo para aumentar oferta sustentável de combustível de aviação
A fabricante de aviões brasileira Embraer, terceira maior fabricante de jatos do mundo, juntou-se ao Sustainable Flight Fund SM da United Airlines Ventures (UAV), um veículo de investimento focado em aumentar a oferta e disponibilidade de Combustíveis de Aviação Sustentáveis (SAF) por meio de investimentos iniciais.
A empresa brasileira é a 23ª parceira do fundo, lançado em fevereiro do ano passado. Juntas, estas empresas comprometeram mais de 200 milhões de dólares para o fundo.
De acordo com a Embraer, aumentar a disponibilidade de SAF é um fator-chave para atingir a meta do setor de emissões líquidas zero até 2050 – o uso de fontes de energia renováveis pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa em até 80% em comparação com o combustível de aviação convencional. Aumentar a disponibilidade do SAF também está alinhado com a meta da Embraer de alcançar operações neutras em carbono até 2040.
Em setembro passado, a empresa realizou testes de voo em duas aeronaves utilizando 100% SAF. Ela voou seu demonstrador Phenom 300E e o protótipo Praetor 600 em sua sede nos EUA, na Flórida. Ambos os aviões possuem tanques de combustível separados que abastecem cada um de seus motores, um funcionando com combustível convencional e outro com SAF.
Embora os pilotos não tenham notado nenhuma alteração no desempenho, a maioria dos selos e válvulas de ambas as aeronaves tiveram que ser substituídas no início do teste devido à falta de compostos aromáticos no SAF, necessários para sustentar os selos no sistema de ar condicionado. No geral, o teste foi considerado um sucesso.
A Embraer afirma que todas as suas aeronaves estão atualmente aprovadas para usar uma mistura de até 50% de SAF com combustível de aviação convencional, de acordo com especificações da ASTM International. No entanto, especificações futuras que permitam combustíveis contendo até 100 por cento de SAF podem maximizar o potencial de redução de emissões através da utilização de fontes sustentáveis e não fósseis.
Desde 2021, a empresa também trabalha no chamado programa Energia, que se concentra em embarcações elétricas movidas a células de hidrogênio e em uma aeronave com hélice bicombustível capaz de funcionar com hidrogênio líquido ou SAF.
A fabricante de aeronaves entrou no fundo por meio do Embraer Ventures Fund, seu braço de risco corporativo com um portfólio de mais de 40 startups. Além de soluções com emissões zero, o fundo também se concentra em outros temas críticos para o futuro da mobilidade aérea, como o voo autónomo, a IA, a indústria 4.0, a competitividade da fuselagem, a cibersegurança e novas formas de melhorar a experiência dos passageiros.
