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Brasileiros renegociam dívidas de R$ 126 bilhões em programa do governo

O ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad, anunciou na sexta-feira que os brasileiros renegociaram R$ 126 bilhões (US$ 25 bilhões) em dívidas por meio de Desenrolaum programa federal para permitir que as pessoas limpem suas pontuações de crédito.

O desconto médio das dívidas foi de 83% —mas os maiores, nas dívidas de cartão de crédito, chegaram a 96%. A expectativa é que o programa beneficie até 32 milhões de brasileiros.

Uma plataforma online será lançada na primeira semana de outubro para que as pessoas possam renegociar suas dívidas. Os clientes poderão parcelar o pagamento, com juros de até 1,99% ao mês.

Promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo promulgou o programa Desenrola por meio de um decreto provisório no início de junho. Os decretos provisórios presidenciais entram em vigor instantaneamente, mas exigem a aprovação do Congresso no prazo de 180 dias, caso contrário expiram. Esta semana, uma comissão do Senado aprovou um projeto de lei que permite a continuidade do programa. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, prometeu a Lula concluir a votação até a próxima semana.

Como condição para participar do programa, os bancos deverão retirar da sua lista de maus pagadores os clientes com dívidas não pagas de até R$ 100. As dívidas não serão perdoadas, mas estes clientes terão uma “ficha limpa” para obter mais crédito. O Ministério da Fazenda estima que existam cerca de 1,5 milhão de pessoas nessa situação no Brasil.

Os clientes serão divididos em dois níveis de acordo com seu nível de renda. Aqueles com baixa renda mensal receberam o programa primeiro. Posteriormente, os bancos deverão criar uma plataforma digital onde os clientes com dívidas maiores poderão leiloar os seus passivos a instituições que ofereçam melhores condições de pagamento.

Cerca de 71,4 milhões de pessoas estão com pagamentos atrasados, uma redução de 0,63% em relação a maio. Quase 44 por cento dos adultos brasileiros estão em situação de incumprimento, uma taxa que aumentou 5 pontos percentuais desde que o Banco Central iniciou um dos processos de aperto monetário mais agressivos do mundo, como parte da sua batalha para controlar a inflação de dois dígitos.

Com os preços no consumidor sob controlo, o banco começou a flexibilizar a sua política monetária, cortando as taxas de juro de referência em meio ponto percentual em cada uma das suas duas últimas reuniões de política – e prevendo cortes da mesma magnitude em reuniões futuras.

Dois terços dos brasileiros inadimplentes têm contas de serviços públicos não pagas, e 30% têm dívidas com instituições financeiras.

Ao ajudar as famílias de baixos rendimentos a sair das dívidas, o governo espera estimular o consumo e manter o bom desempenho da economia. O consumo das famílias, um fator-chave do PIB, aqueceu no segundo trimestre depois de um primeiro trimestre lento — e o governo espera que a leitura do PIB no terceiro trimestre reflita os resultados do programa de renegociação da dívida.



Com informações de Brazilian Report.

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