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Acordo de codeshare agora sob o olhar atento do Cade

O órgão antitruste do Brasil, o Cade, abriu um procedimento preliminar para investigar os efeitos de um acordo de codeshare entre a Azul e a Gol, duas das maiores companhias aéreas do país. O órgão analisará se deveria ter sido notificado sobre o acordo antes que ele ocorresse. Se for o caso, o Cade pode impor uma multa que varia de R$ 60.000 a R$ 60 milhões aos envolvidos. Ele também pode cancelar o acordo de codeshare.

O acordo foi anunciado em maio e entrou em vigor na última quinta-feira. Ele permite que as empresas vendam passagens para 40 rotas em voos compartilhados — se antes as rotas eram exclusivas de cada companhia aérea, agora elas podem ser compradas pelos sites de ambas as empresas. O acordo não se aplica a rotas sobrepostas.

Entre as três grandes companhias aéreas do Brasil, a Gol está na pior situação. A empresa entrou com pedido de proteção contra falência nos EUA no final de janeiro, relatando dívidas que somam mais de R$ 20,17 bilhões (US$ 3,7 bilhões). A Gol registrou um prejuízo líquido recorrente de R$ 130,2 milhões no primeiro trimestre de 2024.

Também no primeiro trimestre deste ano, a Azul, que concluiu uma reestruturação mais ampla em 2023, teria contratado consultores financeiros para explorar uma possível aquisição da Gol. Analistas disseram recentemente O Relatório Brasileiro que o acordo de codeshare poderia ser uma forma de explorar as sinergias entre os negócios de ambas as empresas.

Em junho, o Grupo Abra, controlador da Gol e da Avianca, confirmou que abriu conversas com a Azul para “explorar” possíveis “oportunidades” de negócios.

O anúncio veio após uma enxurrada de relatos sobre a Azul potencialmente assumir a Gol — o que motivou uma consulta da B3, a empresa que administra a bolsa de valores de São Paulo. Também veio dias após as duas companhias aéreas brasileiras anunciarem o acordo de codeshare.

Ainda não está claro o que pode resultar dessa “exploração” — uma aquisição, uma fusão ou mesmo uma joint venture. De qualquer forma, a Gol e a Azul têm uma participação combinada de 60% do mercado doméstico de viagens aéreas do país, o que significa que qualquer fusão sem dúvida atrairia a atenção dos vigilantes antitruste.



Com informações de Brazilian Report.

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