Novos embaixadores do Brasil não se comprometem com Venezuela-Guiana
O Senado aprovou esta semana as nomeações dos novos embaixadores do Brasil na Guiana e na Venezuela, dois países onde as tensões fronteiriças atingiram o ponto de ebulição.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu dois diplomatas de carreira para os cargos: Maria Cristina de Castro Martins foi indicada no final de outubro para chefiar a embaixada na Guiana, enquanto Glivânia Maria de Oliveira foi indicada no final de novembro para o cargo em Caracas. Seus nomes foram submetidos ao Senado somente após receberem cartas de aceitação dos países anfitriões.
Sob o ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, o Brasil fechou sua embaixada na Venezuela no início de 2020. Na época, uma coalizão composta principalmente de países sul-americanos conhecida como Grupo de Lima reconheceu o líder da oposição Juan Guaidó como o novo presidente da Venezuela e liderou um esforço para trazer ele ao poder.
A administração Bolsonaro também expulsou representantes do regime de Nicolás Maduro e, durante algum tempo, reconheceu a nomeada por Guaidó, Maria Teresa Belandria, como embaixadora legítima da Venezuela no país.
A campanha para a mudança de regime fracassou, Maduro permaneceu no poder e os países da região começaram a normalizar as relações com a Venezuela.
Até os EUA anunciaram um levantamento temporário das sanções económicas da era Donald Trump aos sectores do petróleo, do gás e do ouro da Venezuela – na sequência de um acordo eleitoral alcançado em Outubro entre o governo de Maduro e representantes da oposição.
Na altura do acordo eleitoral, o governo venezuelano já tinha decidido realizar um referendo sobre a sua reivindicação de Essequibo, uma região rica em petróleo que representa dois terços do território…