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Senado do Brasil aprova programa de denúncias inspirado em Dodd-Frank

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou na quarta-feira um projeto de lei que prevê recompensas financeiras para denunciantes que denunciem crimes em empresas de capital aberto. O projeto de lei é de autoria do senador Sergio Moro e é motivado pelo escândalo envolvendo Lojas Americanas, gigante do varejo que admitiu o caso de fraude mais significativo de todos os tempos no Brasil.

Moro escreveu que o caso Americanas demonstra que a legislação atual “é precária e insuficiente” para prevenir casos semelhantes.

Moro também se inspirou na Lei Dodd-Frank de 2010, promulgada nos Estados Unidos durante o governo Obama. A legislação criou um programa de denúncias, ao abrigo do qual a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) paga prémios monetários a denunciantes que apresentem informações sobre uma violação das leis federais de valores mobiliários. A recompensa equivale entre 10 e 30 por cento das sanções monetárias arrecadadas nas ações.

De acordo com a SEC, até 2020, as ações de fiscalização decorrentes de denúncias de denunciantes resultaram em mais de 2,5 mil milhões de dólares em soluções financeiras ordenadas, e “os denunciantes receberam da Comissão prémios num total de aproximadamente 523 milhões de dólares”.

Moro usou a Lei Dodd-Frank como referência para seu projeto de lei: ele propôs uma recompensa para os denunciantes também de 10 a 30 por cento, mas calculada em diferentes opções, como sobre o valor das multas impostas pela CVM, o equivalente no Brasil ao SEC.

O projeto também define novos crimes financeiros, como fraude contábil, que foi classificada como “fraude contábil ou de auditoria, [by] incluindo operações inexistentes, dados imprecisos ou não incluindo operações efetivamente realizadas”, com pena de 2 a 6 anos de prisão.

“Acho que é um projeto de lei interessante e acredito que estamos avançando na proteção de algo que é muito importante para o crescimento econômico do Brasil, que é o mercado de ações”, disse Moro hoje na comissão. “Protegemos assim acionistas, investidores e até mesmo quem cerca essas empresas — fornecedores e colaboradores — quando criamos mecanismos para fortalecer a integridade e a transparência da nossa Bolsa.”

Aprovado em dois turnos de votação, o projeto passou pelo plenário do Senado e foi submetido à Câmara.



Com informações de Brazilian Report.

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