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Lula parece pronto para abandonar Maduro, após ameaças de “banho de sangue”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na segunda-feira que estava “assustado” com as declarações feitas pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sobre a possibilidade de seu país passar por um “banho de sangue” caso ele não seja reeleito na eleição presidencial decisiva de 28 de julho.

“Maduro tem que aprender que quando você ganha, você fica; quando você perde, você vai embora”, disse Lula a repórteres estrangeiros durante uma entrevista coletiva na segunda-feira.

Durante um comício em Caracas na quarta-feira, o Sr. Maduro disse: “O destino da Venezuela no século XXI depende da nossa vitória em 28 de julho. Se não queremos que a Venezuela caia em um banho de sangue, em uma guerra civil fratricida, um produto dos fascistas, vamos garantir o maior sucesso, a maior vitória na história eleitoral do nosso povo.”

Pesquisas mostram que o Sr. Maduro está bem atrás de Edmundo González, seu principal desafiante. Se as eleições forem livres e justas (um grande se), o caminho do presidente para a vitória parece o mais estreito possível.

Mas, como mostramos em nosso boletim informativo Latin America Weekly, analistas na Venezuela acreditam que o governo não abrirá mão do poder a menos que algum tipo de oferta confiável de anistia para o Sr. Maduro seja negociada.

A oposição teme que as autoridades eleitorais estejam agindo para confundir os eleitores e criar obstáculos para o Sr. González vencer. Um desses movimentos é o fato de que mais da metade das seções eleitorais em todo o país (atendendo cerca de 3,9 milhões de eleitores) terão apenas uma urna, informou a Reuters.

“A intenção é muito clara e deve ser rejeitada categoricamente: eles querem manipular e distorcer o desejo de mudança da grande maioria”, disse Andrés Caleca, ex-funcionário eleitoral e candidato primário da oposição, no mês passado no X.

O governo também restringiu severamente o direito de voto dos milhões de venezuelanos que vivem fora do país e que se inclinam fortemente para a oposição.

Em março, a diplomacia brasileira havia expressado “preocupação” com as próximas eleições na Venezuela. Foi a primeira vez que o governo Lula recuou em sua posição sobre o país vizinho — de outra forma marcada pelo máximo apoio ao líder autoritário do país.

Em outubro de 2023, o governo Maduro prometeu realizar eleições livres e justas. Um acordo com a oposição foi mediado pela Noruega e assinado em Barbados.

O Brasil parabenizou a Venezuela e a oposição pelo acordo na época, embora o documento tenha sido divulgado meses depois de a principal figura da oposição do país, María Corina Machado, já ter sido considerada inelegível para concorrer ao cargo pelo Controlador-Geral da Venezuela, um aliado de Maduro.

Lula difamou a oposição venezuelana, comparando-a ao golpismo de Jair Bolsonaro, e disse que a Venezuela sabe que precisa realizar eleições democráticas, o que ele espera que convença os EUA a acabar com as sanções contra o país — sugerindo que qualquer questionamento dos resultados seria um grito de mau perdedor.



Com informações de Brazilian Report.

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