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Duas concepções de democracia se chocam em El Salvador

A linha que separa a democracia da ditadura pode por vezes ser fácil de detectar.

Quando as autoridades governamentais na Venezuela proibiram a maioria dos candidatos da oposição antes das eleições presidenciais de 2018, no meio de uma crise económica sem precedentes que provavelmente resultaria numa derrota nas urnas, poucos telespectadores apartidários ainda acreditavam que a disputa era livre ou justa.

No lado oposto do espectro ideológico, o mesmo se poderia dizer da Guatemala, onde Bernardo Arévalo teve a sorte de chegar à presidência. As autoridades baniram a maioria dos candidatos da oposição, mas ele sobreviveu ao ataque inicial, provavelmente porque não achavam que ele tivesse hipóteses reais de vencer. Quando ele chocou toda a gente nas urnas e foi criado um processo legal contra o seu partido, já era tarde demais para o deter.

Mas o caso de Nayib Bukele em El Salvador é diferente. Ao contrário de Nicolás Maduro na Venezuela ou das elites dominantes tradicionais na Guatemala, a sua popularidade é inegável. Na verdade, é muito superior ao de qualquer outro líder do continente.

Alguns ainda questionam se a sua reeleição esmagadora em 4 de Fevereiro foi limpa – com base em problemas com o sistema de contagem de votos, que provavelmente forçarão uma recontagem. Mas mesmo observadores internacionais da Organização dos Estados Americanos (OEA) disseram que a vitória esmagadora de Bukele foi real e não estava relacionada com problemas técnicos.

Outros apontam para o controle de Bukele sobre os poderes Legislativo e Judiciário do país, o que lhe permitiu contornar as regras de limite de mandato por meio de leituras caridosas da lei, semelhante ao que Evo Morales fez uma vez na Bolívia.

Mas, novamente, esse poder sobre os tribunais…



Com informações de Brazilian Report.

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