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Corte Interamericana condena Brasil por violações de direitos humanos

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) anunciou nesta quinta-feira duas condenações contra o Brasil por violações de direitos humanos cometidas pela polícia.

O tribunal condenou o Brasil pelo assassinato de Antonio Tavares Pereira, em 2000, membro do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), de esquerda. O Sr. Pereira foi baleado e morto por um policial na cidade de Campo Largo, zona sul, durante um protesto pela reforma agrária. Outras 184 pessoas ficaram feridas no confronto.

A CIDH concluiu que o Estado brasileiro violou os direitos à reunião pacífica e à liberdade de expressão ao bloquear os manifestantes, assassinou ilegalmente o Sr. Pereira, usou força desproporcional e não protegeu as pessoas (incluindo crianças) usando gás lacrimogêneo, balas de borracha e outras armas contra a multidão de manifestantes. O Estado também “omitiu realizar uma análise completa e exaustiva sobre a necessidade e proporcionalidade” da atuação da polícia.

A decisão, proferida em novembro de 2023, ordena que o Brasil preste assistência médica e psicológica à família do falecido Sr. Pereira e realize uma cerimônia pública para reconhecer sua responsabilidade internacional pelo caso. O Brasil também deverá pagar US$ 80 mil em indenização à família do Sr. Pereira.

No mesmo dia, a CIDH também anunciou a condenação em outro caso relacionado a uma operação policial de 2002 no estado de São Paulo conhecida como “Operação Castelozinho”, em homenagem à rua onde ocorreu.

Os policiais dispararam cerca de 700 balas contra um ônibus que haviam ordenado que parasse, matando 12 pessoas que supostamente eram membros de uma grande organização criminosa. Várias testemunhas afirmaram que os passageiros do ônibus não portavam armas, que estavam no bagageiro do veículo.

O tribunal concluiu que também neste caso o Estado não conduziu uma investigação, não esclareceu os factos num prazo razoável nem ofereceu indemnização às famílias das vítimas. O tribunal ordenou que o Brasil pagasse US$ 80 mil às famílias de cada uma das 12 vítimas e indenizações adicionais a determinados indivíduos. Da mesma forma, o Brasil também deve reconhecer a responsabilidade pelos assassinatos.



Com informações de Brazilian Report.

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