Comitê aprova relatório final sobre investigação de 8 de janeiro
A comissão de audiência do Congresso criada para investigar os motins de 8 de janeiro aprovou nesta quarta-feira, por 20 a 11, o relatório final apresentado pela senadora Eliziane Gama.
Como O Relatório Brasileiro mostrou, o relatório atribui a culpa pelos tumultos exclusivamente ao ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro e a alguns de seus aliados públicos mais próximos, uma avaliação justa, mas muito incompleta, que não aborda o protagonismo político dos militares, nem a negligência por parte dos membros do Luiz Inácio Lula da Silva que facilitou os tumultos – como a decisão do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, de não desmantelar o acampamento com manifestantes golpistas próximo ao quartel-general do Exército, de onde saiu a multidão de vândalos no dia 8 de janeiro.
O deputado Arthur Maia, presidente da comissão, concordou com a tese do relatório, ao dizer durante a audiência final de hoje que as Forças Armadas, “se fossem chamadas a qualquer momento para participar daquela [a coup]eles disseram não – eles demonstraram amor e respeito pela democracia.”
A oposição de extrema direita, que pressionou pela criação do comitê seleto em primeiro lugar (na tentativa de enganar o público sobre o que aconteceu), estava condenada desde o início, pois o governo Lula conseguiu formar uma maioria e também escolher o relator, posição-chave que auxilia na condução do processo.
No entanto, os legisladores da extrema-direita apresentaram um relatório “alternativo” com as suas próprias conclusões sobre os acontecimentos de 8 de Janeiro. O documento, que se aproxima de uma peça de ficção, argumenta que os desordeiros eram apenas “vândalos” e não agentes sediciosos. Este relatório não foi submetido a votação.
O relatório alternativo também compara os motins de 8 de Janeiro com o incêndio do Reichstag em 1933 na Alemanha, argumentando que a administração Lula foi negligente com os campos golpistas porque isso permitiria ao governo virar a opinião contra os manifestantes e “criminalizar” a direita. movimento – apesar de os acampamentos estarem cheios de apoiadores públicos do Sr. Bolsonaro e terem sido montados durante sua administração.
Com informações de Brazilian Report.