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Comício de Bolsonaro aumenta todos os riscos com pouca recompensa

Encurralado por acusações de orquestrar um golpe dado pela Polícia Federal, o ex-presidente de extrema direita do Brasil, Jair Bolsonaro, instou seus apoiadores a se manifestarem em São Paulo em seu apoio neste domingo.

Se tudo correr conforme seu plano, Bolsonaro será saudado por centenas de milhares de pessoas vestidas de verde e amarelo naquela que será a primeira grande manifestação pró-Bolsonaro desde 8 de janeiro de 2023 – quando hordas de seus apoiadores invadiram e saquearam o governo edifícios em Brasília na vã esperança de criar as condições para uma intervenção militar que traria Bolsonaro de volta ao poder.

Em petição apresentada ao Ministério Público Federal, o Partido dos Trabalhadores, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, expressou temor de que o dia 8 de janeiro se repita. O partido instou as autoridades a evitar que Bolsonaro transforme o comício em um evento de campanha ilegal. (No Brasil, os candidatos só podem solicitar votos em momentos estritamente regulamentados – mas a maioria, se não todos, contornam as regras com comícios eleitorais de facto, nos quais fazem todo o seu discurso de campanha, mas não chegam a solicitar votos explicitamente.)

O acontecimento acontece poucos meses antes do início das campanhas para as eleições autárquicas de outubro.

Também surge num momento em que o Brasil está sob os holofotes da imprensa internacional, com o público global atento aos acontecimentos do G20 no país e à crise diplomática com Israel desencadeada pela comparação de Lula das ações militares de Israel em Gaza com o Holocausto.

Segundo Bolsonaro, a manifestação tem como objetivo defender “o Estado democrático de direito” e a si mesmo.

Desde que deixou a presidência no final de 2022, Bolsonaro enfrentou diversas investigações (desde falsificação de registros de vacinação até orquestração para derrubar a democracia) e foi considerado inelegível para o cargo depois que os tribunais o consideraram culpado de crimes eleitorais.

Agora, a prisão parece ser uma realidade possível (se não iminente) para ele num futuro próximo. As autoridades forçaram-no recentemente a entregar o seu passaporte, o que foi um sinal ameaçador para o ex-presidente. Com isso em mente, Bolsonaro está tentando reunir apoiadores para o seu lado.

Ele deixou claro seu desejo de receber uma imagem genuína de sua popularidade – ou seja, um mar de pessoas vestidas de verde e amarelo em sua homenagem.

Para os analistas políticos, uma demonstração de força política servir-lhe-á em diferentes frentes: desde garantir que os aliados pensarão duas vezes antes de o abandonar – ou mesmo voltar-se contra ele, no caso de alegados co-conspiradores que enfrentam…



Com informações de Brazilian Report.

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