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Banco Central renova preocupações sobre perspectiva fiscal do Brasil

O Conselho de Política Monetária do Banco Central do Brasil divulgou terça-feira a ata da sua última reunião, descrevendo mais uma vez um cenário de “desaceleração gradual do crescimento económico” apesar da resiliência do consumo das famílias, reafirmando assim a sua intenção de manter a flexibilização monetária iniciada. em agosto do ano passado.

Desde Agosto, o comité baixou a taxa directora do país em meio ponto percentual de cada vez, de 13,75 para 11,25 por cento. Outras reduções da mesma magnitude são esperadas nas próximas reuniões.

A comissão também repetiu o tom direto e mais duro da ata anterior ao se referir à forma como o governo está conduzindo a política fiscal, observando uma “falta de comprometimento com reformas estruturais e disciplina fiscal” e reiterando que “o aumento da concessão de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública tem o potencial de aumentar a taxa de juro neutra da economia.”

A taxa de juro neutra, também conhecida como taxa de juro de equilíbrio de longo prazo ou taxa natural, é o ponto em que a política monetária não é nem contraccionista nem expansionista e a inflação é estável.

Embora o Banco Central espere que fique cerca de 4,5% acima da inflação, a previsão média do mercado é de 5%, o que significa que a maioria dos analistas espera que a taxa diretora termine 2024 em 9% – conforme indicado pelo último relatório Focus, uma pesquisa semanal com os principais investidores. empresas de investimento classificadas, divulgado hoje.

De acordo com o quadro fiscal aprovado no ano passado, o governo deve prosseguir um orçamento com défice zero (com uma margem de tolerância de um quarto de ponto percentual) para 2024, o que é considerado quase impossível pelos economistas e pelas autoridades fiscais.

De acordo com cálculos do Tribunal de Contas da União, um órgão fiscalizador da despesa pública, o Brasil poderá registar um défice primário de 55 mil milhões de reais (11 mil milhões de dólares) este ano, em vez de cumprir a sua meta de défice zero.

Além disso, a principal preocupação do Banco Central são os possíveis aumentos de preços impulsionados pelo setor de serviços — o Comitê de Política Monetária acredita que o dinamismo do mercado de trabalho e a expansão dos rendimentos reais poderiam levar à inflação no setor de serviços.

“Um mercado de trabalho mais restritivo, com ajustamentos salariais acima da meta de inflação, poderia potencialmente abrandar a convergência da inflação, afetando nomeadamente a inflação nos serviços e nos setores mais intensivos em mão-de-obra. Por outro lado, uma recuperação favorável dos preços relativos, uma dinâmica benigna das matérias-primas ou uma inflação mais baixa nos serviços poderiam contribuir potencialmente para um processo de desinflação mais rápido”, afirma a acta.

Para o economista e consultor independente André Perfeito, este é o principal fator interno que pode interferir na política implementada até agora. Por esta razão, ele considera a previsão mediana do mercado para a taxa de juro de referência como demasiado baixa; ele acredita que a taxa terminará no próximo ano em 9,75%.



Com informações de Brazilian Report.

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