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As previsões de inflação do Brasil para 2023 ficam dentro da faixa da meta

Pela primeira vez nas pesquisas semanais do Banco Central, as previsões de inflação para o final do ano de 2023 dos analistas de mercado atingiram a faixa-alvo do governo – com a previsão mediana de 4,75% e o limite superior da faixa abaixo dos 4,86% da semana anterior.

A meta de inflação do Brasil de 3,25%, com uma faixa de tolerância de ±1,25%, é definida pelo Conselho Monetário Nacional (um órgão de três pessoas formado pelo presidente do Banco Central e pelos Ministérios da Fazenda e do Planejamento). Essas previsões são acompanhadas de perto pelas instituições financeiras, pois podem influenciar as decisões do Comitê de Política Monetária do Banco Central.

Para Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da empresa de investimentos Órama, as previsões mais baixas refletem uma perspectiva de inflação mais benigna para o país.

O índice de preços ao consumidor de 12 meses do Brasil aumentou 5,16% em setembro – o terceiro aumento consecutivo nos últimos três meses. Mas o aumento requer contexto. A inflação subiu abaixo das expectativas. As principais medidas dos preços no consumidor, como a inflação dos alimentos, estão a esfriar. E a difusão da inflação caiu – o que significa que menos grupos de produtos estão a ficar mais caros.

Os preços dos combustíveis foram, na verdade, os principais impulsionadores da inflação no mês passado. João Savignon, chefe de investigação macroeconómica da empresa de gestão de investimentos Kínitro Capital, argumenta que o atual aumento dos preços dos combustíveis nas bombas está “principalmente ligado à decisão da antiga administração Jair Bolsonaro de reduzir os impostos sobre o consumo de combustíveis e telecomunicações no ano passado”.

A inflação alimentar desacelerou todos os meses nos últimos 10 meses, passando de um aumento anual de 11,84% em Novembro de 2022 para um aumento modesto de 0,88% no mês passado.

“Continuamos vendo uma dinâmica inflacionária benigna para os próximos meses, com alguma aceleração na alimentação no domicílio e resiliência na inflação de serviços no final do ano, impulsionada basicamente por fatores sazonais”, escreveu o banco de investimento BTG Pactual em nota aos clientes .

Além disso, os economistas consultados pelo Banco Central mantiveram uma perspectiva de inflação estável para os próximos três anos. Projetam uma taxa de 3,88 por cento para 2024 e 3,50 por cento para 2025 e 2026. Esta consistência nas projeções de longo prazo reflete um certo grau de cautela, sugerindo que, embora as tendências atuais sejam favoráveis, as incertezas persistem.

Uma das principais preocupações é que a inflação dos combustíveis possa continuar a aumentar, especialmente após a erupção do conflito entre Israel e o Hamas, o grupo militante que controla a Faixa de Gaza e que lançou um ataque ao território israelita na semana passada.

“O verdadeiro desafio é determinar como os preços do petróleo serão afetados pelo conflito em Israel e na região circundante, o que nos permitirá inferir como a Petrobras responderá em relação aos combustíveis”, afirma Espírito Santo.

Os analistas de mercado também mantiveram estabilidade nas suas expectativas de crescimento do PIB para este ano, prevendo uma expansão de 2,92 por cento. As projeções para 2024 permanecem inalteradas, com uma taxa de crescimento de 1,5 por cento.

Além disso, as expectativas em torno da taxa de câmbio do Brasil permanecem pouco animadoras. Os mercados esperam que o dólar valha R$ 5 até o final do ano – um limite que tem sido superado regularmente desde a pandemia.

Um real brasileiro mais fraco, no entanto, pode não ser inteiramente devido ao ceticismo do mercado em torno do Brasil. Quando as taxas americanas estão elevadas, o dólar fica mais forte porque os rendimentos do Tesouro tornam-se mais atraentes. Os soluços económicos chineses são outra preocupação. Como principal parceiro comercial do Brasil, se o gigante asiático começar a comprar menos petróleo, grãos ou carne bovina, isso poderá ser um grande problema para o Brasil.



Com informações de Brazilian Report.

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