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Quase um quarto dos endereços brasileiros são incontáveis

Mais de 22 por cento dos 106 milhões de endereços do Brasil não têm números de rua, de acordo com dados do censo divulgados na sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Além disso, 2,7 milhões de endereços estão em ruas sem nome.

Os dados mostraram que o Brasil possui 90,6 milhões de residências particulares, 264 mil escolas e outras instituições de ensino e 247 mil unidades de saúde, entre outros. Além disso, na época do censo de 2022, 3,5 milhões de edifícios estavam em construção ou reforma, 605 mil dos quais no estado de São Paulo, o mais rico e populoso do Brasil.

Eduardo Baptista, gerente do Cadastro Nacional de Endereços do IBGE, disse em nota que “o endereço também é um indicador de cidadania. Isso significa que o cidadão que mora em endereço sem número, ou em rua ou avenida sem nome, está sofrendo algum tipo de déficit em sua cidadania, devido à não formalização desse endereço ou rua por parte dos governantes municipais. ”

No ano passado, a agência divulgou outros dados sobre a desigualdade no país, revelando como a maioria dos jovens brasileiros com idades entre 15 e 29 anos que não trabalham nem estudam (NEETs) estavam entre os mais pobres do país.

Os dados de endereços georreferenciados compilados pelos recenseadores do IBGE têm sido usados ​​por autoridades para informar políticas. No mês passado, a agência divulgou dados antecipadamente para ajudar as autoridades do estado do Rio Grande do Sul a avaliar os danos causados ​​pelas fortes enchentes. Dados aplicados sobre uma foto de satélite da cidade de Lajeado, por exemplo, mostraram que em determinado momento os endereços inundados incluíam 4,6 mil residências particulares, 82 prédios em construção e 15 escolas.

Um mapa geoespacial produzido pelo IBGE em 2023 mostrou uma porção significativa da cidade nordestina de Maceió coberta de pontos vermelhos, indicando pontos onde ninguém mora mais, reflexo do desastre da mineração de sal da Braskem, a maior tragédia ambiental urbana da história do Brasil.

“Com informações precisas sobre a localização de residências e comércios, os governos federal, estaduais e municipais poderão realizar um planejamento mais eficiente da infraestrutura pública, identificando regiões com maior demanda por transporte, escolas, hospitais, coleta de lixo, abastecimento de água e energia elétrica e até facilitando entrega de correspondência”, diz o IBGE.



Com informações de Brazilian Report.

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