Minha Casa Pre Fabricada

Projeto energético da Amazônia forçado a aderir ao tempo indígena

Se tempo é dinheiro, então a terra indígena Waimiri Atroari, na Amazónia brasileira, deve ser muito cara – como uma empresa brasileira de energia está a descobrir da maneira mais difícil.

A Transnorte Energia, joint venture entre a Alupar, grupo privado de energia, e a Eletronorte, subsidiária da recentemente privatizada Eletrobras, está trabalhando no trecho final da enorme linha de transmissão de Tucuruí. É uma rede de 728 quilômetros de cabos e torres de energia que conectará Roraima, o estado mais ao norte do Brasil, à rede nacional.

O problema é que a linha Tucuruí atravessa a Terra Indígena Waimiri Atroari, onde vivem cerca de 2.300 indígenas em 82 aldeias.

Leiloado há 13 anos, o projeto Tucuruí não avançou muito, em grande parte devido aos seus inúmeros impactos socioambientais – mas começou a avançar no ano passado.

Porém, o ritmo de construção tem sido motivo de frustração para a Transnorte Energia, devido às condições impostas pelos povos indígenas para permitir a passagem da linha de transmissão em seu território.

O Relatório Brasileiro obteve acesso a ofício de 10 de janeiro da Transnorte Energia à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). No documento, a empresa afirma que é “de extrema importância que a Aneel esteja ciente das dificuldades que enfrentamos e enfrentaremos ao longo do desenvolvimento deste projeto” devido ao “momento de decisão dos povos indígenas”.

Na prática, o que a empresa tenta é se distanciar da responsabilidade por possíveis atrasos na obra e evitar penalidades futuras por quebra de contrato.

No documento, a Transnorte Energia afirma ter “excelente relacionamento com os indígenas Waimiri Atroari”, mas ressalta que, como comunidade, eles “não decidem absolutamente nada por voto, mas sim por consenso”, o que pode levar uma quantidade de tempo imprevisível.

“Para cada questão apresentada pela Transnorte Energy, todos os líderes são consultados e, após consenso, a decisão é tomada e comunicada à Transnorte Energy”, afirma a empresa.

“Para implementarmos a linha de transmissão com sucesso, devemos respeitar o tempo de decisão dos povos indígenas”, afirma a empresa. No entanto, acrescenta que isto “terá um impacto direto no tempo adicional necessário para concluir o projeto”.

Mais do que apenas dinheiro

Dos 728 quilômetros de extensão da linha de energia, que ligará Manaus, capital do…



Com informações de Brazilian Report.

Similar Posts