Por que o Paraguai está militarizando sua fronteira sul
De uma perspectiva global, o Paraguai e os seus 6 milhões de habitantes não são um ponto focal de interesse na região, com os seus vizinhos mais ricos e maiores, o Brasil e a Argentina, a captarem muito mais atenção.
Mas os acontecimentos ao longo das suas fronteiras sempre soam o alarme, uma vez que se tornaram focos bem conhecidos de tráfico de drogas e contrabando, com alguns até acusando o Paraguai de abrigar organizações terroristas.
Um novo capítulo desta saga começou em 28 de maio, quando o presidente paraguaio, Santiago Peña, emitiu um decreto autorizando o envio de forças militares para pelo menos três departamentos do Sul para “combater o crime organizado”.
A partir desse dia, os departamentos de Itapuá, Misiones e Ñeembucú, todos fronteiriços com a Argentina, foram colocados sob controle militar “gradual”, no que o governo descreveu como um procedimento emergencial para “restaurar a normalidade” nas áreas afetadas por um “aumento de ações ilícitas lideradas por grupos criminosos fortemente armados”.
Antecipando-se às críticas, o ministro da Defesa, Óscar González, disse que os militares teriam um papel limitado que “não significará um uso indiscriminado da força” nem “permitirá a sua presença nas ruas”.
O senhor González também garantiu que toda a operação ocorreria “sob o controle do Ministério Público” e que as tropas só receberiam ordens de atuar em apoio aos policiais “se necessário”.
Embora reconheçam que as fronteiras do Paraguai são utilizadas como passagem para traficantes regionais de cocaína e maconha, especialistas questionaram a decisão, apontando…