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Lula fala sobre tensões iminentes entre Guiana e Venezuela

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na quinta-feira que acompanha “com preocupação crescente” os acontecimentos relativos a Essequibo, uma região rica em petróleo da Guiana que o presidente Nicolás Maduro da Venezuela reivindicou.

“Se há uma coisa que não queremos na América do Sul é a guerra. Não precisamos de guerra, não precisamos de conflito”, disse Lula.

Lula fez suas declarações no Rio de Janeiro, durante cúpula do Mercosul, aliança comercial formada por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, à qual a Bolívia se juntará em breve.

“O Mercosul não pode ficar alheio a esta situação”, disse Lula. A Venezuela já fez parte do Mercosul, mas foi suspensa no final de 2016 por não cumprir os padrões democráticos.

O presidente brasileiro apresentou aos seus homólogos um projeto de declaração do Mercosul sobre o que chamou de “controvérsia” do Essequibo. Lula acrescentou que a América do Sul é “uma região de paz e cooperação” e que não quer que a questão “contamina” a integração regional ou ameace a paz e a estabilidade.

Lula sugeriu que o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, discutisse o assunto com ambas as partes na qualidade de atual presidente da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).

Na semana passada, a principal embaixadora do Brasil para assuntos latino-americanos, Gisela Padovan, disse que o referendo para os cidadãos venezuelanos decidirem se o país deveria reivindicar a soberania sobre uma vasta área da Guiana era um “assunto interno”.

O referendo foi realizado no último domingo. O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, controlado pelo governo autoritário, disse que mais de 95 por cento dos eleitores disseram “sim” à aprovação da tomada de Essequibo.

A posição de Lula sobre a reivindicação de Essequibo pela Venezuela é semelhante à sua posição sobre a guerra Rússia-Ucrânia. Em vez de identificar o agressor unilateral e exortá-lo a abster-se do conflito, ele opta por responsabilizar ambas as partes igualmente pela procura de uma solução pacífica.

Lula também falou sobre o fracasso do Mercosul e da União Europeia em assinar um acordo de livre comércio até a data da cúpula do Rio, chamando o projeto de 2019 de “inaceitável”. Ele acrescentou que fez um apelo ao presidente francês, Emmanuel Macron, para que fosse “menos protecionista”, mas que as negociações “não deram certo” apesar de seus esforços e que não foi possível chegar a um acordo até o final da presidência rotativa do Brasil no Mercosul. que termina esta semana.

“A resistência da Europa ainda é muito forte”, disse Lula, citando as cláusulas sobre compras governamentais e condições ambientais dos produtos agrícolas.

Lula comemorou, porém, que os participantes da cúpula assinarão um acordo de livre comércio entre Mercosul e Cingapura –atualmente o sétimo maior destino das exportações brasileiras e o segundo maior da Ásia, atrás da China.



Com informações de Brazilian Report.

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