Economia do Rio Grande do Sul encolheu 9% em maio
O Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR) do Banco Central do Brasil mostra que a economia do Rio Grande do Sul, o estado mais ao sul do país, encolheu 9% em maio — quando o estado foi atingido por enchentes que afetaram a infraestrutura, a produção agrícola e as atividades industriais.
O índice é um indicador mensal criado em 2002 para avaliar o desempenho de diferentes setores da economia. A queda de 9 por cento foi a mais severa para o Rio Grande do Sul desde que o índice foi criado.
Publicado após um hiato de dois meses, o IBCR foi a primeira medição da extensão das perdas econômicas causadas pelas recentes enchentes — embora não a única. Dados da Receita Federal mostram que a arrecadação de impostos no estado caiu em R$ 4,4 bilhões (US$ 787 milhões) em maio em comparação ao ano anterior.
Outros dados, no entanto, sugerem que a economia do Rio Grande do Sul começou a se recuperar mais rápido do que o esperado.
Os dados de varejo, por exemplo, subiram 1,2% ano a ano até o final de junho — graças às vendas aquecidas por lojas de construção e eletrodomésticos. A indústria de hospedagem, enquanto isso, continua a cair, com queda de 17,8% no final do mês passado (após uma queda de 52% em maio).
Instituições financeiras e empresas de consultoria buscaram modelar o impacto potencial das enchentes na atividade econômica. Com base em estudos que analisaram eventos climáticos semelhantes, como furacões e terremotos, bem como os meses iniciais de paralisação da pandemia de Covid, várias estimativas indicaram um impacto negativo entre 0,2 e 0,3 pontos percentuais no PIB deste ano.
Mas os analistas parecem acreditar que o pior já passou. As projeções de crescimento do PIB para o ano aumentaram nas últimas três semanas — de 2,09% há três semanas para 2,15% agora.
Mais recentemente, por outro lado, o Fundo Monetário Internacional reduziu sua perspectiva de crescimento para o ano em 0,1 ponto, para 2,1% — principalmente por causa das enchentes.
