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Comitê do Senado aprova projeto de vacinação em meio a atritos de direita

A Comissão de Educação do Senado aprovou na terça-feira por 12 votos a 5 um projeto de lei diluído que determina um programa de vacinação nas escolas públicas, depois que legisladores aliados ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva cederam ao pânico moral da extrema direita antivacina. próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O projeto seguirá para votação em plenário.

A principal comissão da Câmara aprovou o projeto em agosto, enviando-o diretamente ao Senado sem votação em plenário. O projeto foi redigido no início de 2019, antes da pandemia de Covid, pelo deputado Domingos Sávio, forte aliado de Bolsonaro. Pela sua proposta, as escolas públicas serão obrigadas a acolher profissionais de saúde para vacinar os alunos. Normalmente, os pais levam os filhos aos centros de saúde para vaciná-los.

Sávio escreveu na época que estava preocupado com o declínio da cobertura vacinal. Por exemplo, dados do governo mostram que 2015 foi o último ano em que o Brasil atingiu a meta de 95% de cobertura vacinal contra a poliomielite. A cobertura da maioria das vacinas infantis aumentou em 2023, o primeiro ano do atual governo Lula, mas ainda ficou aquém das metas.

A direita mudou radicalmente o seu discurso depois que Jair Bolsonaro adotou uma postura antivax, usando a sua presidência para espalhar mentiras e teorias da conspiração sobre as vacinas contra a Covid, em particular. Por exemplo, Bolsonaro afirmou falsamente – em diversas ocasiões – que as vacinas contra a Covid eram “experimentais”, mesmo depois de terem sido aprovadas por autoridades de saúde como a Anvisa, o regulador federal de saúde do Brasil. Ele também alegou falsamente que as vacinas estavam ligadas ao desenvolvimento da Aids.

Bolsonaro também usou seu poder no governo para atrasar e obstruir a vacinação contra a Covid. Ele suspendeu a compra da CoronaVac da Sinovac em outubro de 2020, e o governo só assinou o contrato três meses depois.

Em setembro de 2021, o Ministério da Saúde recomendou a suspensão da vacinação de adolescentes sem doenças pré-existentes, sem evidências científicas que apoiassem a decisão. Meses depois, o ministério organizou uma consulta pública inédita para solicitar opiniões sobre a vacinação de crianças, exigida por lei no Brasil. Também foi realizada uma audiência pública, proporcionando uma plataforma para os defensores antivacinas.

O senador Marcelo Castro, aliado de Lula e último relator do projeto no Senado, disse ao senador de extrema direita Marcos Rogério em audiência pública na terça-feira que o projeto “deixa claro” que não obriga a vacinação para crianças. Ele retirou uma disposição que exigia que as escolas públicas informassem os pais e as autoridades de saúde sobre as crianças que não foram vacinadas.

O projecto de lei não exige que as crianças sejam vacinadas para poderem matricular-se na escola, embora tal medida fosse possível ao abrigo de uma lei de 1990 que define a vacinação infantil como obrigatória.

Em setembro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, vetou um projeto de lei para criar um programa semelhante de vacinação contra o HPV nas escolas para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos.

Outros governadores de direita, como Romeu Zema em Minas Gerais e Jorginho Mello em Santa Catarina, também assumiram posições antivacinas mais fortes este ano.



Com informações de Brazilian Report.

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