A importância de escolher as palavras com cuidado
Durante a administração do ex-presidente brasileiro de extrema direita Jair Bolsonaro, entre 2019 e 2022, o então ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse que seu gabinete não tinha problemas em que o Brasil se tornasse um “pária internacional”.
“Assim seja”, disse ele. Suas palavras foram uma resposta às críticas globais à falta de compromisso de Bolsonaro com o prestígio diplomático histórico do Brasil. Isso porque, em vez de manterem a tradição de mediação de conflitos, os senhores Bolsonaro e Aráujo eram frequentemente vistos envolvidos em polêmicas e criando narrativas contra diferentes governos.
Quando Luiz Inácio Lula da Silva retornou à presidência em 2023, muitos lembraram que em sua primeira gestão, o Brasil foi, ao contrário, retratado como uma nação que exerce influência como protagonista regional.
Para o bem ou para o mal, Lula mostrou que velhos hábitos nunca morrem.
No início desta semana, o chefe de Estado causou alvoroço depois de comparar Israel à Alemanha nazi, pela violência perpetrada em Gaza, em resposta aos ataques terroristas do Hamas.
Não é de surpreender que as suas palavras tenham sido veementemente condenadas por Israel, cujos representantes declararam Lula persona non grata pelas suas observações. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chegou a dizer que Lula “deveria ter vergonha de si mesmo”.
Com o passar das horas, com os presidentes da Bolívia e da Colômbia apoiando as reivindicações de Lula, as redes sociais brasileiras tornaram-se um verdadeiro palco de debate, com diferentes opiniões (algumas bastante controversas) sobre se os dois episódios mortais deveriam ou não ser justapostos para mostrar diferenças e semelhanças. .
O consenso geral é que as palavras de Lula foram imprudentes. Embora a situação em Gaza seja alarmante – e, sob muitos aspectos, criminosa – está a mundos de distância das atrocidades sistémicas da Alemanha nazi.
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Com informações de Brazilian Report.